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Empresa Mercado

Entrevista: Embraer e inovação aberta

Inovação aberta em parceria com startups é o tema central desta entrevista com o diretor-presidente da EmbraerX e diretor de Inovação, Transformação Digital e Novos Negócios da Embraer S.A., Daniel Moczydlower, que também aborda energia renovável e a eletrificação da aviação, entre outros temas.

Jato Embraer Praetor.

Publicado em 30 jul 2020
Posted at 17:22h in Empresa, Mercado by cleanadmin

A entrevista foi concedida para o jornalista Dauro Veras, colaborador do jornal do Valor Econômico. Um pequeno trecho foi publicado na reportagem Parceria reforçada, em que gestores das dez empresas mais inovadoras do Brasil (segundo o anuário Valor Inovação 2019) abordaram inovação aberta.

Dauro Veras: Como a Embraer vê a inovação aberta em parceria com startups?

Daniel Moczydlower: As empresas, startups e universidades dos ecossistemas asseguram a conexão com a evolução tecnológica em ritmo acelerado, aumentando a competitividade presente e futura de nossas operações, produtos e serviços. A maioria das empresas parceiras já gera receita e ganhos tanto para o seu crescimento como para a Embraer. Com este alinhamento, o Retorno sobre o Investimento ocorre como desdobramento das escolhas estratégicas.

Hoje, na Embraer, existem quatro canais para trabalhar os ecossistemas de startups: Embraer Startup Program, Fundo de Investimento em Participações (FIP) Aeroespacial, Programa de Aceleração Tecnológica e o Catapult Ventures (fundo de investimento no Vale do Silício). Recentemente, a Embraer atingiu um marco de engajamento de mais de 50 startups engajadas, considerando os quatro canais. Essa aproximação tem como objetivo o desenvolvimento de produtos, serviços, operação e negócios da empresa.

O Embraer Startup Program tem como objetivo a contratação de serviços de startups com maturidade alta para apoiar as operações da Embraer e desenvolvimento de produtos, além de melhorar o serviços para os clientes. O programa já avaliou mais de 6.000 startups, mantendo relacionamento com mais de 150, projetos pilotos com 26 e contratos de longo prazo firmados com sete.

O Programa de Aceleração Tecnológica tem o objetivo de apoiar o desenvolvimento de startups de base tecnológica, preferencialmente brasileiras, através da realização de projetos de Pesquisa & Desenvolvimento em conjunto. O primeiro lote contou com nove provas de conceitos tecnológicas focadas na indústria 4.0.

Com relação ao Fundo de Investimento em Participações (FIP) Aeroespacial, a Embraer, em conjunto com a Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o BNDES, criou o Fundo em 2014, que investe e auxilia no desenvolvimento de empresas inovadoras para o fortalecimento da cadeia aeroespacial nacional. Já foram realizado 12 investimentos.

A abordagem de Corporate Venturing demonstrou seu primeiro fruto estratégico, com a assinatura de contrato para investimento no capital da Tempest Security Intelligence, resultando em uma participação acionária majoritária na empresa. Por meio do FIP, a Embraer já tinha participação indireta na Tempest desde 2016.

O Catapult Ventures é um fundo de investimento que fica localizado no Vale do Silício (EUA), do qual a Embraer é um dos principais parceiros. É focado em acesso à inovação disruptiva e investe nas áreas de sistemas autônomos, Inteligência Artificial avançada, economia compartilhada e espaço. Fundado em 2018, já realizou 13 investimentos.

– Quais são as áreas e as tecnologias que a empresa considera estratégicas para inovar nos próximos anos? 

A Embraer realiza sua gestão por horizontes e verticais de inovação. No horizonte 1, que consideram as inovações necessárias para manter a competitividade e crescer nos mercados atuais em que atua, a empresa continua seus investimentos da evolução tecnológica e desenvolvimento contínuo seus produtos de Aviação Comercial, Executiva e Defesa, incluindo o desenvolvimento dos Embraer 175 E2. Além disso, segue o desenvolvimento tecnológico de médio e longo prazo nos verticais de eficiência da aeronave, experiência do passageiro e manufatura avançada / indústria 4.0.

No horizontes 2 e 3 , que consideram as inovações adjacentes e fora do Core, a Embraer mantém o foco nos verticais de Voo Autônomo, Eletrificação, Plataformas baseadas em Serviços, Mobilidade Aérea Urbana, Segurança Cibernética e Inteligência Artificial. Este desenvolvimento ocorre por meios de esforços de Desenvolvimento Tecnológico, Transformação Digital e da EmbraerX, através de projeto como E-VTOL, Beacon, Plataforma de Desenvolvimento Ipanema Elétrico (parceria WEG) e no mais recente anúncio, a participação majoritária da Tempest Security.

Em julho deste ano, a Embraer anuncia a assinatura de contrato para investimento no capital da Tempest Security Intelligence, resultando em uma participação acionária majoritária na empresa. Por meio do FIP, a Embraer já tinha participação indireta na Tempest desde 2016.

 – O que mudou no planejamento quanto a investimentos em P&D em função da pandemia da covid-19?

A Embraer continua priorizando os investimentos em P&D e Inovação pois entendemos que são a base para a nossa competitividade presente e futura e para continuarmos entregando valor de forma diferenciada aos nossos clientes. Naturalmente os investimentos são revistos e atualizados todos os anos com base nas projeções de resultado da companhia, e uma das estratégias que temos adotado para reduzir as flutuações ao longo do tempo e manter o compromisso com as pesquisas em andamento é justamente a de apostar cada vez mais na expansão das nossas parcerias, buscando formas inovadoras de cooperar com nossos fornecedores e clientes, com empresas de outros setores (como no caso do setor elétrico), universidades e centros de pesquisa no Brasil e no exterior, startups e também contando com o fundamental apoio de parceiros como a FAPESP, FAPESC, Embrapii, FINEP, MCTI entre outros. Acreditamos que no cenário da pandemia e pós-pandemia esta tendência de expandir parcerias deve se acelerar ainda mais.

– A empresa possui projetos específicos relacionados ao conceito de Indústria 4.0?

Sim. A Indústria 4.0 é um dos verticais de inovação da Embraer, sendo por exemplos umas das pioneiras no Brasil na fabricação e paperless há aproximadamente uma década. Alguns exemplos mais recentes da aplicação são:

  • Manutenção preditiva

Solução computacional baseado na plataforma web que através de sensores da aeronave e seus sistemas/componentes, monitoram continuamente a saúde da frota de aviões dos clientes, providenciando informações sobre manutenções de sistemas e componentes de forma rápida e amigável. Esta solução incorporou funcionalidades de IoT baseadas em análise de BigData e Analytics a fim de prever falhas de componentes e manutenções não planejadas, propiciando agir proativamente, em tempo real durante um voo, aumentando assim a segurança dos aviões e eficiência, reduzindo custos e maximizando a operação para os clientes.

  • Ensaio em voo: previsão de tempo de processamento e disponibilidade dos parâmetros de avaliação dos testes

O voo de teste de um protótipo pode gerar mais de 100 mil parâmetros que precisam ser compartilhados com centenas de áreas diferentes da engenharia para avaliação dos resultados. A nova metodologia da Embraer utiliza IA para separar os dados por fase de voo e área interessada, saindo do menos para o mais complexo, o que reduz o tempo de espera dos engenheiros que recebem a programação de tempo de processamento que cada conjunto de parâmetro vai levar. As informações são disponibilizadas no servidor da companhia e podem ser acessadas pelos engenheiros de desenvolvimento, independentemente da sua localização geográfica.

  • Sistema de averiguação da saúde dos robôs (qualidade furo da asa) – Operação padrão

A tecnologia acompanha a qualidade dos furos realizados na asa do E2 e aponta qualquer tendência milimétrica de desvio por causa do desgaste da broca de furação. Além de evitar descarte de material, a IA avalia o melhor momento de troca para minimizar período de indisponibilidade do robô.

  • Armazenagem 3D – Otimização de estoque de peças

Na área de estoque de peças, 200 mil part numbers diferentes em uma área de 10 mil metros quadrados, utilizam um sistema de armazenagem de alta densidade com total controle de temperatura, umidade e luminosidade. Robôs distribuem as peças conforme demanda de produção gerada e enviadas para ao SAP. O sistema organiza o fluxo de disposição das peças para facilitar o trabalho dos operadores. Em dois meses de operação, o sistema triplicou produtividade, com pleno controle de rastreabilidade e reduziu em 70% a área de armazenagem.

  • Distribuição ferramentas no hangar – Logística

Um dispositivo executa, de forma autônoma, a distribuição das ferramentas para os trabalhadores, conforme demanda, percorrendo os corredores do hangar de usinagem, no F-107. Esse carrinho é alimentado por operadores que recebem o pedido das ferramentas, mas não precisam empurrar mais o carrinho para realizar as entregas.

  • Cabine de Pintura – Operação padrão

A IA tem sido aplicada na programação de robôs para buscar o máximo de eficiência no processo de pintura e criação de design complexo e consistente, que não seria possível com humanos. O Legacy 650E, por exemplo, usou essa tecnologia. Tal esquema de pintura consegue ser replicado em outras aeronaves de forma consistente e veloz.

  • Foto para identificação de falha estrutural – Manutenção preditiva

O sistema tem a capacidade de analisar uma foto e apontar falhas ou desgaste de uma peça que poderia ser imperceptível ao ser humano. Pela primeira vez na indústria, um órgão certificador (ANAC) permitiu usar essa tecnologia para auxiliar técnicos de manutenção.

– Qual é a relevância da energia renovável para a companhia?

A Embraer apoia o compromisso da indústria aeronáutica mundial para redução das emissões. A empresa tem realizado ações no Brasil e no mundo, colaborando para o desenvolvimento da cadeia dos biocombustíveis sustentáveis. Desde 2008, com uma equipe dedicada a Embraer busca alavancar a produção, de forma sustentável, do biocombustível aeronáutico. Sua engenharia tem focado suas ações na tarefa de certificação das novas tecnologias, onde nossa empresa possui sua maior competência. A alavancagem de uma nova cadeia, como a dos biocombustíveis demanda tempo e dedicação. Acreditamos que um programa como o Renovabio, irá posicionar o Brasil além de um líder na produção de biomassas, mas também como um dos principais atores na produção de combustíveis sustentáveis de aviação.

Também temos desenvolvido pesquisas e projetos ligados à eletrificação da aviação a exemplo do demonstrador de propulsão elétrica baseado na plataforma Ipanema em parceria com a WEG e também do eVTOL da EmbraerX.

– Como está o projeto do avião elétrico desenvolvido em parceria com a Weg?

No âmbito de pesquisa e desenvolvimento pré-competitivo, a recente parceria com a WEG busca acelerar o conhecimento das tecnologias necessárias ao aumento da eficiência energética das aeronaves a partir da utilização e integração de motores elétricos em sistemas propulsivos inovadores. O processo de eletrificação faz parte de um conjunto de esforços realizados pela indústria aeronáutica e visam atender seus compromissos de sustentabilidade ambiental, a exemplo do que já vem sendo feito com biocombustíveis para redução de emissões de carbono.

Em dezembro de 2019, a Embraer realizou o primeiro teste estático com o motor elétrico da WEG, após concluir com sucesso a integração do novo sistema que será usado no avião de demonstração da tecnologia de propulsão aeronáutica 100% elétrica.  Nessa fase da campanha de ensaios, o protótipo utilizou-se de uma fonte externa de energia para alimentar o sistema elétrico de alta tensão e acionar o Powertrain (motor e inversor) que foram instalados na plataforma do avião. O ensaio ocorreu na unidade da Embraer em Botucatu, interior de São Paulo, onde a aeronave está sendo fabricada.

– Qual é o percentual do faturamento da empresa investido em P&D?

Em torno de 6 %.

Por Dauro Veras
Jornalista | Colaborador do jornal Valor Econômico | Sócio da Schultz & Veras Comunicação e Arte

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aviação, avião elétrico, Embraer, energia renovável, Indústria 4.0, inovação aberta, P&D


 

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